Eu queria ser só mulher
Eu queira ser só mulher. Sim, só mulher, assim como homens são só homens.
Ao defender direitos de gêneros, de igualdade no tratamento de homem e mulher, queria ser só mulher. Eu não queria ser feminista. Veja que hoje eu preciso ser feminista, se não precisasse, só mulher tava bom.
Quando tenho TPM, queria ser só mulher lidando com meus hormônios. Não queria ser temperamental, instável ou maluca. Só mulher.
Quando eu quero chegar em um carinha que eu quero conhecer, não queria ser fácil ou atirada. De novo, eu só queria mesmo era ser mulher.
Queria ser só mulher quando sou solteira. Nem encalhada, nem solteirona, nem titia. Mulher.
Na Índia queria ser só mulher, não dalit, nem intocável, nem estuprável, nem mártir. Só mulher.
Na África não queria ter lábios decepados pra manter minha pureza. Queria ser apenas mulher, com todos os lábios que Deus me deu.
Nas ruas de qualquer lugar também queria ser só mulher. Passando por construções, becos ou avenidas. Não queria ser “oh gostosa”, “senta aqui morena” ou “te chupava toda”. Só mulher tava de bom tamanho.
Quando eu declarar gostar de sexo, com palavras ou ações – e eu gosto mesmo – queria ser só mulher. Nem puta, nem safada, nem transarina, ou aquela que não é pra casar. Mulher.
Se não tiver as unhas ou depilação em dia, mulher.
Quando alcançar algum sucesso, nem “aquela que deu pro chefe”, ou “a filha do ‘homi’”. Só mulher tava bom.
Quando enfrentando o dilema de uma gravidez acidental, não queria ser assassina, criminosa, paciente ilegal. Mulher.
No volante, só mulher. E não “tinha que ser mulher”.
Se for curvilínea, nem gorda, nem relaxada: mulher.
Se for sarada, nem fútil, nem bombada: mulher.
Se for magra, nem anoréxica, nem fresca: mulher.
Se for feia, não quero ser puta-feia. Mulher.
Se for bela, não quero ser puta-gata. Mulher.
E se eu achar que está tudo errado, que meu lugar é onde eu bem entender, e se eu resolver não pedir permissão pra ninguém pra ser quem eu sou, ainda assim e independente do que pensem: mulher. Nem chata. Nem “moderninha”. Nem autossuficiente. Nem “mal comida”.
E isso vale pras Madalenas, Cassandras, Carens, Fridas, Joanas, Marias, Amélias, Malalas, Beyonces, Tinas, Anitas e Antônias. Todas elas e cada uma delas.
Porque ser tudo isso aí que as más-línguas dizem sobre nós é muito fácil.
Difícil… difícil é ser só mulher.
Fim da sessão.
DULCE MARIA RODRIGUES LAGOEIRO
Ser Mulher! Apenas Mulher! Como é difícil, cansativo… apesar de todas as compensações, ser Mulher é um estresse só!
Mas vamos sempre gritar! Um dia eles ouvirão a nossa voz e seremos, apenas, Mulher!
Albaneide Jane de Queiroz
Amei a sessão, temos que nos posicionarmos em nós “mulher” e não ficarmos sujeitas a esse tipo de conceito machista, que estão causando dia a dia dores em nossa classe
Albaneide
Claudio Elias do Nascimento
Jesus Cristo Esta Voltando!!!
Antônia no Divã
aleluia, irmãs e irmãos!
Carolina Tagliarini
Bom dia! Linda obra, será que me permitiria publicá-la num livro sobre amor e sexo, como citação? Há um capítulo sobre a mulher e acho que ficaria bacana lá 🙂
Antônia no Divã
Oi Carolina! Obrigada pelo contato, lamento a demora no retorno. O site identificou este comentário como um spam (não faço ideia do pq). Pode me mandar um email falando mais do livro, e como funcionaria essa citação e crédito a autora? contato@antonianodiva.com.br
Gracilene
“Difícil é ser só mulher”. Extasiada com o seu texto Antônia! lindo!
Antônia no Divã
Gracilene, obrigada! Gentileza sua! volta sempre. beijos
Lele
Preciso dizer… vc Arraza!!! passo quase todos os dias por aqui e cada dia leio um texto… um melhor que o outro.
Claro me identifico com vários…
Bjs
Antônia no Divã
Obrigada Lele! Pode passar todos os dias, eu gosto da companhia! Beijocas
Rafa
O mês de março pra mim custa a passar, como mulher que sou, turbilhão de sentimentos, meu mês de aniversário é longo e deixa rastro… Hoje começou como um dia comum, já havia lido um texto seu “Se essa rua, se essa rua fosse sua” e já tinha me simpatizado contigo… Hoje me apaixonei, pela sua forma de escrever e de passar ao mundo sua vivência! “A menina com o lenço na cabeça” levou minhas lágrimas que a tempo não caiam. “A maldita calcinha suja” levou risos. “A maldita calcinha suja 2” me trouxe o jogo de cintura. “Mais uma dose, é clclaro que eu tô afim” me trouxe a paixão. É esse texto ” Eu queria ser só mulher” me pos os pés no chão… vc é simplesmente maravilhoso. Parabéns e por favor escreva muito.
Antônia no Divã
Ahhh Rafa, tempos estranhos de transação para nós mulheres. Não podia ser diferente contigo, afinal março “acomoda” a transação dos signos d’água (Peixes) para os de fogo (Áries), ou seja, é troca das mais extremas. Que bom que a simpatia aconteceu, ela é recíproca. Prometo escrever mais sim, mas só se você prometer voltar sempre. Combinado? Beijos
Mari B
Ameeeiiii!
LEONARA
SENSACIONAL!!!!
Antônia no Divã
Volta sempre! 😉
Nanny Ruivo
Nem preciso dizer que sou Fã de Carteirinha de vc #Antônia.
Ameiiiiiiii
Antônia no Divã
Precisa sim! hahahah. brincadeirinha
Rosangela
Olá, Antônia!
Amei os seus textos.
Tenho, também, um blog: http://sempreemfrente.blogs.sapo.pt
Abraços;
Rosangela.
Antônia no Divã
Oi Rosângela. Adorei o blog. Parabéns!
Narjara
Amei o blog, seus textos são incríveis.
Antônia no Divã
Obrigada Narjara. Adorei você aqui!
Dulce
Ótimo, verdadeiro, super legal!! Parabéns!! Eu, hoje em dia, me lixo para o que pensam de mim e sou, simplesmente, unicamente, Mulher!!!!
Antônia no Divã
Adoro! Isso mesmo, Dulce! Girl power!!! Beijos
Katy
Excelente.! Você escreve muito bem, parabéns.
Gisélli
Obrigada Antônia!!! Obrigada por me proporcionar o prazer de ler vc! Parabéns MULHER!
Antônia no Divã
Parabéns pra nós! beijos
Chris
Amei o sarcasmo, a provocação.
A forma como a sessão de terapia ia evoluindo, e eu sentia que não queria que acabasse. Queria ser o terapeuta da Antonia!
Lindo texto!
Antônia no Divã
Depende! A tua hora de sessão é muito cara? 😉 hahah
Tatianna Reiniger
Olá! Eu amei o blog e o texto!
Tenho um blog em que reúno textos bons que encontro pela internet e escrevo alguns também.
Seu texto resumiu demais o que penso no dia de hoje e, por isso, precisei postá-lo lá no meu blog. Claro, dei o devido crédito. Dê uma olhadinha lá! 🙂 http://www.tatiannareiniger.blogspot.com
Beijos e continue postando! Tô adorando tudo por aqui!
Antônia no Divã
Oi Tatianna! Ficou um amor. Sabia que tava faltando um nome na versão original. Hahahha. beijos, 🙂