Elas pegaram as malas e partiram. Como eu fiz um dia, elas foram conhecer o mundo lá fora. E eu fiquei.
Na antecipação da despedida, a gente – como boas amigas que somos – disfarçou. Fingiu que a distância nunca existiria. Fez de conta que não era adeus. Engoliu o choro, engasgou-se com os sentimentos, embebedou os últimos encontros, vestiu um sorriso torto pra esconder a dor eminente.
Mas todo grande amor tem um preço. Preço de saudade. Saudade bandida.
E quando você acha que estava encarando tudo numa boa e se distrai por um minuto, a dor da saudade bate na sua porta, bate no seu peito, bate e fica. O domingo fica com gosto amargo de coração partido. E aí, nem o mais confortante dos sofás consegue te abraçar. Você desiste e deixa as lágrimas rolarem.
E entende por fim que se separar de um amor é impreterivelmente separar-se de um pedaço de si mesmo. Diga-se até, do melhor pedaço.
Você enxuga as lágrimas e pensa que esse choro é de egoísmo, “se ama, deixe seu amor livre”, mas como ser livre de querer perto um grande amor? “Você vai ficar bem!”, uns consolam. Vou sim, não tenho dúvidas, o problema é que junto de quem amo não fico bem, fico ótima.
Mas enfim, chega o temido dia em que cai a ficha que se renegou até aqui: com ou sem permissão, alguém pegou meu coração e resolveu exportar seus pedaços pelo mundo. Ok, eu aguento, se é preciso. Mas vou querer todos os pedaços de volta. Tenho dito
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