Caminhava apressada para mais uma sessão de terapia, e eis que no meu caminho, parado na calçada, está um homem. Ao passar por ele, uma cena comum: ele se inclina na minha direção e sussurra
“nooossa senhooora hein?”
Paro. Dou dois passos na direção dele e pergunto:
-“O senhor falou comigo?”
E encaro. Ele, incrédulo e em choque, responde num susto:
-“Eu?? Eu não! Acho que tu é que tá louca! Louca!”
Estufo o peito, giro os saltos e sigo meu caminho.
A ocasião chama a minha atenção não pelo assédio – esse tão corriqueiro e conhecido – mas pelo despeito com que ele encarou minha intervenção. Pensei comigo, “louca, aham”,.. louca eu tava quando ficava quieta.
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