Infelizmente vivemos na ditadura das listas. “12 razões porque você deve viajar”. “7 formas de ficar magra comendo sorvete”. “Namore com alguém que tenha essas 3 atitudes”. Eu, que sou aquariana, e que nasci sabendo que não sou obrigada a nada, confesso que acho essas formulas mágicas do tipo “bastantão” que deviam servir pra todo mundo (mas nunca servem) um tanto quanto cansativas. (Até porque, spoiler: não dá pra ficar magra comendo sorvete, eu sei). Então na contramão das listas dos outros, eu decidi criar a minha. A minha lista de conselhos que ninguém me pediu para viver bem.
- Tome água. Ok, parece conselho velho, ou premissa básica pra quem tem dois rins (ou uma forte tendência a pedras, como eu), mas não é só isso. Tome água porque ela refresca a cuca. Tome água antes de tomar uma atitude com raiva. Tome água quando estiver nervoso(a) ou ansioso(a). O caminho da água descendo ajuda a tranquilizar a química do corpo. Baixa a sua temperatura interna, fazendo você funcionar melhor. Mas se achar que isso é bobagem, tome água porque pedra no rim dói pra caralho.
- Guarde memórias, jogue fora rancores. Isso é muito difícil, eu sei, porque o ruim é sempre mais pesado que o bom. Mas justamente por isso. Lembre-se de que nossa memória tem uma capacidade limitada. É como um HD. Você pode escolher salvar fotos do ex e ranço dazinimigas, ou sentimentos gostosinhos e registro de momentos que te deixaram nas nuvens. O espaço de arquivamento é um só, e a escolha é sua.
- Seja dono(a) da sua paz de espírito. Na semana passada meu pai olhou para meu namorado e disse que estava feliz em me ver tão tranquila, e o agradeceu. Agradeceu a ELE!! Sim, porque para ele, eu ando mais tranquila porque estou namorando. Não contabilizou meus 10 anos de terapia, minha maturidade balzaquiana, minhas longas horas desatando os nós da minha vida (e da minha cabeça). Não. Era porque eu tava namorando. Ele também esquece que eu só estou namorando, porque estou mais tranquila, e finalmente me tornei a pessoa que eu mesma namoraria.
- Viva com alguém, mas não por alguém. Não entregue sua felicidade nas mãos de ninguém. Felicidade é uma coisa frágil, quebra, estraga, e por isso deve ser tratada com cautela. E ninguém melhor que você para proteger uma coisa tão importante. Você pode até pedir ajuda para carregar sua felicidade em momentos difíceis, mas não a entregue completamente. Até porque ela é que nem coração, tem que andar dentro do peito.
- Desligue o celular durante a noite. Se precisar do despertador, use o modo avião. Proteja seu silencio e descanso. A cabeça precisa ser reiniciada de tempos em tempos, ou a funcionalidade fica zoada e a bateria do corpo, viciada. O mesmo poderia ser dito sobre o celular, mas esse você pode até trocar.
- Pelo prazer de não ter sempre o protagonismo. Viver no palanque, holofote não faz bem pra ninguém. Muito menos ao ego. Aprenda a passar o microfone, a vez. Escute porque escutar cura e ensina.
- Seja gentil. Ser gentil às vezes é melhor do que estar certo. Certo mesmo ninguém está, então gentil sai ganhando sempre, garanto. O mundo tá precisando de bondade.
- Comprimente pessoas estranhas, sempre que possível. Parece coisa de maluco, mas sorrisos inesperados fazem um bem danado para os participantes. Talvez por ser tão raro.
- Coma fibras. Todo mundo merece fazer coco durinho.
- Perdoe-se. Precisa falar mais?
- Não leve a vida tão é sério. Cliché, eu sei. Mas a gente anda vivendo momentos tão tensos, que esquece como é bom dar risada. Fazer bobice. Rir pelo prazer de rir.
- Compartilhe conhecimento. Conhecimento preso é só uma ideia. Conhecimento compartilhado é aprendizado. Movimento. Conexão. Não deixe uma ideia boa morando sozinha no teto da sua existência. Joga ela no mundo. Veja-a expandir.
- E acima de tudo. Não aceite nada imposto pelos valores dos outros. Então foda-se as listas dos outros. Ora, foda-se a minha lista. Faça a sua. Só você sabe como ser feliz como você*.
Fim da sessão
*Mas se quiser dar um conselho que ninguém pediu nos comentários, fique à vontade. Conhecimento compartilhado é aprendizado, afinal.