Suspiros

Ao homem que eu amo, muito obrigada.

em
23 de abril de 2018

Estou desconsiderando a regra número um do nosso relacionamento, que é preservar tua intimidade. Sim, “tu não nasceu pra ser famoso”, e mesmo assim estou aqui fazendo um agradecimento público. Indevido, mas necessário.

Meu amor, eu andei por anos estraçalhando meu coração da forma mais indigna. Eu me entreguei a pessoas que não me deram nada. Eu trai meus valores. Eu prometi pra mim mesma que não precisava do amor de ninguém, porque eu tinha achado o amor próprio. E nessa, eu me comportei muito, muito longe disso.

Mas dai veio você. Me pedindo licença pra me amar baixinho. “Vamos ficar juntinhos hoje?”, você sugeriu, e faz mais de um ano que a mesma proposta faz sentido. Então obrigada. Pela luz dos teus olhos quando olha pra mim.

Obrigada por me amar do jeito que eu não sabia que merecia. Por aceitar meu corpo de um jeito que eu nunca aceitei. Me propor melhorias que minha saúde precisava. Por me fazer me sentir linda e especial todos os dias que, amassada, eu acordo ao teu lado.

Obrigada por me acordar com beijos e sorrisos todos os dias. Por me obrigar a tomar limão todas as manhãs porque alguém de nós entende e se preocupa com a importância do meu pH. Por me perguntar do meu coco, porque enfim, casais que cagam durinho juntos, tem flora intestinal mais feliz, e assim, são mais felizes. Por trazer música pros meus dias, nas cordas do teu violão. E por cuidar da roupa da casa, tarefa que eu abomino.

Amor, obrigada por amar quem eu amo. Você não tem ideia de como isso é importante. Por amar minha mãe, por entender meu pai, por gostar dos meus irmãos e por abraçar minhas amigas como se fossem tuas. Respeitar e aceitar a loucura das loucas que amo. Meus amores te amarem como eu, te faz um milhão de vezes mais especial.

Obrigada por entender que eu gosto de casa cheia, quando tu ama privacidade. Por respeitar que eu gosto de bagunça, quando tu adora ordem. Obrigada por me fazer entender sobre limites, mesmo quando em 33 anos, eu não sabia nem do que se alimentava o tal do limite.

Obrigada por não ter vergonha de suspirar alto quando nossos corpos se encontram. Por encenar beijos arriados só pra me fazer rir, e celebrar piadas internas que só a gente acha graça. Por amar os dedos dos meus pés.

Obrigada por não aceitar minhas teimosias. Por não deixar eu te engolir com minhas certezas, e por me fazer entender que somos dois universos coexistindo. Por saber que fazer ou ter ciúmes é coisa que não nos cabe ou serve a qualquer propósito.

Obrigada por ser um homem bom. Eu demorei a entender que um homem bom, era diferente de um bonzinho.

Por criar um lar lindo pra ver o nosso amor florecer, mesmo que a gente não consiga manter vivo o pé de manjericão. Por me fazer café, que tem o cheiro tão bom quando o teu.

Leonardo, aquele que é o nome do meu irmão, ora como não poderia ser um amor amigo, um amor tão justo? Tão meu.

Então, Leonardo, mesmo tu odiando o holofote, entenda que eu precisei de dizer pro mundo o quanto eu sou grata pelo amor que tu me entregas. Mas muito mais que isso. Pelo amor que eu faço questão de te dar. Porque foi amando você, que eu descobri que eu posso ser muito melhor.

Então obrigada. Te amar, olha que louco, me fez me amar muito mais ainda no processo.


Fim da sessão.

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Aline Mazzocchi
No divã e pelo mundo

De batismo, sim, Aline. Mas eu precisei do codinome Antônia - do latim "de valor inestimável" - para dividir minhas sessões públicas de escrita-terapia. O que divido aqui é o melhor e o pior de mim, tudo que aprendi no divã e botando o pé na estrada. Não para que dizer como você deve ver a vida. Mas para que essa eterna busca pelo auto-conhecimento, não seja uma jornada solitária, ainda que pessoal e intransferível. Então fique a vontade pra dividir o divã e algumas boas histórias comigo. contato@antonianodiva.com.br

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